segunda-feira, 18 de março de 2024

 

Guarda o teu coração!

“Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida.” Provérbios 4:23.

 

Em certo momento na vida, percebemos que temos opinião formada a respeito de muitas coisas e nos sentimos bem com isso. De alguma forma nos sentimos como pessoas bem resolvidas, que sabem o que querem e se enxergam como pessoas com personalidade e posicionamento diante do mundo, das pessoas e de tudo. Conseguimos discernir entre o bem e o mal, o certo e o errado, até arriscamos definir quem somos. Ledo engano!!

Aos poucos opiniões parecem ser apenas opiniões, e as pessoas com quem conversávamos, ou não fazem mais parte do nosso convívio, ou mudaram muito, assim como nós. Como Jó disse: “Lembra-te de que a minha vida é um sopro” Jó 7:7a. À medida que o tempo passa percebemos que o mundo é cheio de pessoas confusas, com teorias vãs, respostas vazias. Mas e a sabedoria, como obter? “Se, porém, algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e nada lhes impropera; e ser-lhe-á concedida” Tiago 1:5. Isso nos faz perceber que precisamos pedir, esperar, criar expectativas de uma sabedoria que não está em nós, porque não vem de nós. É dom de Deus.

Essas indagações que fazemos ao perceber que nossa melhor linha de raciocínio é a maior insensatez que possa existir, nos faz refletir sobre quão pequenos e frágeis somos diante dos problemas, diante dos percalços da vida e até diante de nós mesmos. A crise existencial parece fazer parte da vida adulta enquanto nos desdobramos nas inúmeras tarefas e obrigações a cumprir ao longo de 24 horas de dias que parecem durar muito menos. Nos sentimos incapazes quando não conseguimos dar conta de tudo, nos sentimos infelizes quando não conseguimos mudar nossa realidade, nos sentimos frustrados quando vemos os anos passando e as conquistas mais difíceis de serem alcançadas. Daí percebemos que não importa ter opinião formada, entender de qualquer coisa, por mais importante que seja. Quantas vezes precisamos parar e recapitular nossa história de vida, repensar nossas escolhas, e tentar encontrar respostas que não sabemos se existem?

Já parou para pensar que quando estamos em crise emocional é muito difícil enxergar a realidade e costumamos somatizar tudo? Criamos os nossos "bichos de sete cabeças”. Mas a verdade é que enquanto estivermos imersos em pensamentos profundos e não conseguirmos respostas, o vazio se estende. Depois de toda a tempestade, as coisas fazem mais sentido e percebemos como é difícil lidar com a nossa própria mente quando está confusa e instável. Isso acontece com todos, não somos exceção à regra.

Perceber que não se tem resposta e que temos um longo caminho a percorrer, muitas coisas a aprender, outras a desapegar, faz parte desse processo de amadurecimento. Perceber que somos mais vulneráveis do que achávamos nos ajuda a entender nossas limitações e perceber do que precisamos e o que precisamos mudar. A maior dificuldade que possamos enfrentar, talvez seja entender nossos próprios sentimentos, mas isso é importante de se fazer. Certa vez, quando trabalhava em uma escola acompanhando uma criança com autismo, vi a professora trabalhar o emocional de seus alunos, pois todos demonstravam irritabilidade e dificuldade de lidar com os próprios sentimentos, descontando em seus colegas. Ela contou-lhes a estória “O monstro da Cores” de Anna Llenas, uma estória em que um monstro muda de cor conforme tem sentimentos diferentes. Então ela pediu que seus alunos dissessem como se sentiam e porque tinham aqueles sentimentos, isso foi muito revelador. As crianças conseguiram explicar sentimentos que carregavam todos os dias e o que aconteceu com elas para se sentirem daquele jeito. Algumas presenciavam brigas familiares, outras sofriam abandono. Elas explicavam seus sentimentos voluntariamente e se emocionavam, mas pareciam aliviadas ao fazê-lo.

Muitas vezes me espelho naquela experiência e me pego vivendo como se o que eu menos preciso me preocupar é com os meus sentimentos e não percebo como eles me afetam. Então paro, tento entender o que estou sentindo e porque estou sentindo, tento explicar para mim mesma e vejo que alguns sentimentos não preciso carregar, alguns pensamentos não devo ter. Então as coisas começam a fazer mais sentido e a vida fica mais leve do que antes. Não temos respostas para tudo e precisamos reconhecer que estamos aprendendo a cada dia.

Precisamos saber que é normal se sentir impotente, mas não é normal se aniquilar por causa disso, é normal ficar triste ou sentir raiva, mas temos que pensar sobre o que vamos fazer com esses sentimentos e decidir até que ponto conseguimos lidar com eles e a partir de quando vamos buscar ajuda.  Não estamos sozinhos, somos membros do corpo de Cristo: “Não podem os olhos dizer à mão: Não precisamos de ti; nem ainda a cabeça aos pés: Não preciso de vós” I Coríntios 12:21. Da mesma forma não podemos caminhar sozinhos e carregar todos os fardos pesados porque não queremos incomodar os outros. Pedir ajuda, aconselhamento, apoio, faz parte de ser igreja. Assim como socorrer àqueles que pedem ajuda.

O nosso coração pode nos direcionar para uma vida próspera ou para a ruína. Muitos cristãos andam perdidos em meio à problemas emocionais e sentimentos com os quais não conseguem lidar. Uma recomendação muito importante: “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida.” Provérbios 4:23. Precisamos cuidar do nosso coração, e temos um Deus em nossas vidas que é soberano e que conhece os nossos corações e tem a resposta para qualquer pergunta. Deus nos sonda e nos conhece, conhece todos os meandros da nossa existência. E quando tivermos dificuldade de ouvir a voz de Deus, podemos pedir ajuda e aconselhamento para que pessoas que Deus preparou, possam nos orientar quando as coisas estiverem confusas e difíceis de lidar. Pedir ajuda requer humildade e pode não ser algo fácil de se fazer, mas às vezes é imprescindível e pode nos livrar de cair de penhascos que não estamos conseguindo enxergar.

 

sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

 

Viver com Cristo!

 

Já parou para pensar por qual motivo você tem guardado em si os princípios cristãos? Porque se abstêm da glutonaria, da impureza sexual, da idolatria, num mundo onde a busca pelo prazer e satisfação dos próprios desejos são priorizados? Faz sentido levar uma vida de restrições?

Abdicar de tais prazeres por medo da condenação não é a motivação adequada, muito menos para tentar manter uma falsa imagem de superioridade, até porque somos taxados como retrógrados, por muitos, por sermos cristãos. Então qual deve ser nossa maior motivação? Bem, a vida é feita de escolhas, e a palavra de Deus nos diz que o homem não pode ter dois senhores, como vemos nesse texto: “Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom.” Mateus 6:24. Ou seja, não há lugar no coração do homem para Deus e para os prazeres deste mundo. É preciso fazer uma escolha porque a porta que conduz à vida eterna é estreita, então não conseguiremos passar por ela carregando toda a bagagem que quisermos levar. “Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela.” Mateus 7:13.

Levar uma vida de renúncias diante do privilégio de conhecer a Deus, é um preço pequeno a ser pago. Quando desfrutamos das mais ricas bençãos espirituais, todas as demais coisas tornam-se supérfluas, dispensáveis. Andar com Cristo, é viver de maneira consagrada, nos desfazendo de coisas que nos contaminam, que nos afastam de Deus. Temos que amar a Cristo mais do que a nós mesmos, mais do que as riquezas e os prazeres, aprendendo a mortificar a carne. “Digo, porém: Andai em Espírito, e não cumprireis a concupiscência da carne.” Gálatas 5:16. Precisamos andar em espírito, viver em espírito, guardando os nossos corações de serem conduzidos pelos desejos da carne, colocando as nossas vidas debaixo da vontade de Cristo, sabendo que não devemos negar a Cristo em nome de satisfazer nossos próprios desejos e sempre nos lembrando que a igreja primitiva amava a Deus a tal ponto de não o negar mesmo sob riscos de morte, como observamos nesta carta de Paulo aos coríntios: “Trazendo sempre por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus se manifeste também em nossos corpos. E assim nós, que vivemos, estamos sempre entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também em nossos corpos” II Coríntios 4:10 e 11.   

Quando vemos as perseguições que os cristãos sofreram depois da morte e ressurreição de Jesus, percebemos que viver para Cristo, desistindo dos prazeres terrenos, não deve ser um peso ou um fardo para nós. Esta é a verdade que temos que pregar nestes dias, que a igreja viva uma vida santa por amor a Jesus, que se consagre, que renuncie ao pecado. Desperta igreja, é tempo de buscar ao Senhor, é tempo de se reconciliar com Cristo. Vamos viver este evangelho da cruz. Que o Espírito Santo nos desperte para uma vida santa, em nome de Jesus!!!

segunda-feira, 27 de julho de 2020


O filho do engano??



Muitas pessoas questionam o motivo da própria existência. Tentam entender a razão de terem nascido, em que circunstâncias foram concebidos, e principalmente, se o próprio nascimento era aguardado com alegria. Ser a alegria e a esperança de seus pais, de alguma forma, dá algum sentido às pessoas, isso é mais importante, na convicção de muitos, que entender o motivo de ter vindo ao mundo e qual a sua missão de vida.
Quando uma criança descobre que foi adotada, o principal questionamento que faz é porque seus pais a entregaram para adoção e qual o motivo de terem feito isso. A grande dúvida é: “Porque os meus pais não me quiseram”. Ser importante e querido por alguém dá todo sentido a diversos questionamentos intrínsecos ao ser humano. Ser amado, para muitas pessoas, é muito mais importante do que amar, ser amado proporciona a sensação de segurança, de ter um lugar de descanso, um refúgio. É o que estrutura toda a vida do ser humano, é a base para a construção dos outros valores que o compõe. Fazer parte de uma família proporciona alguns sentimentos de valorização e segurança, mas não completa em absoluto a ânsia de sentir-se amado, pois é apenas uma parte de toda a necessidade afetiva que uma pessoa pode ter.
  As indagações a respeito da própria existência são difíceis de serem respondidas, justamente por que muitas pessoas buscam, inconscientemente, respostas sobre o próprio nascimento e quão esperado ele foi. Por conta disso, muitos pensam que não deveriam ter nascido e que só trouxeram obrigações e preocupações para a família. Acreditam ser ‘o filho do engano’, cujo nascimento foi um desacerto. E esse sentimento é a causa de muitos suicídios, bem como de atitudes auto destrutivas. Fato é que esses questionamentos não surgem como se fossem enxertados, eles povoam as nossas mentes porque compõem o nosso homem espiritual, que foi criado por Deus para questionar mesmo a existência eterna e as coisas espirituais. Não viemos com ‘defeito de fábrica’, essa lacuna existe para ser completada com a presença do Deus criador.
Quando lemos na palavra de Deus a respeito do seu amor por nós, somos impactados com tamanha entrega: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” João 3:16. No versículo fala que Ele amou o mundo, todo o mundo. Não há exceção para ninguém, nenhuma pessoa. Independentemente do aspecto da concepção ou do nascimento, se foi uma gravidez planejada, ou involuntária, isso é irrelevante quando se trata do amor de Deus. Filhos dentro do casamento, fora do casamento, em famílias estruturadas ou desestruturadas. Deus nos ama incondicionalmente, como filhos. E é isso o que preenche a vida de uma pessoa, a certeza de estar em Cristo, de fazer parte Dele, ser parte da vida de Jesus.
Se você leu este texto até aqui, talvez tenha dúvidas sobre si mesmo e sua importância. Não escrevi este texto para massagear o seu ego, mas para te falar o que você precisa saber sobre o amor de Deus pela sua vida e o quão esperado foi o seu nascimento, com quão grande alegria você foi gerado e não há maior certeza que essa, que você possa ter na sua vida, de que você não é obra do acaso, mas está aqui com um propósito simples, de ser amado por aquele que te criou e amá-lo com todo o seu coração, provando e vendo na sua vida o milagre divino a cada dia.

“SENHOR, tu me sondaste, e me conheces.
Tu sabes o meu assentar e o meu levantar;
De longe entendes o meu pensamento.
Cercas o meu andar, e o meu deitar;
E conheces todos os meus caminhos.
Não havendo ainda palavra alguma na minha língua,
Eis que logo, ó Senhor, tudo conheces.
Tu me cercaste por detrás e por diante,
E puseste sobre mim a tua mão.
Tal ciência é para mim maravilhosíssima;
Tão alta que não a posso atingir.
Para onde me irei do teu espírito,
Ou para onde fugirei da tua face?
Se subir ao céu, lá tu estás;
Se fizer no inferno a minha cama,
Eis que tu ali estás também.
Se tomar as asas da alva,
Se habitar nas extremidades do mar,
Até ali a tua mão me guiará e a tua destra me susterá.
Se disser: Decerto que as trevas me encobrirão;
Então a noite será luz à roda de mim.
Nem ainda as trevas me encobrem de ti;
Mas a noite resplandece como o dia;
As trevas e a luz são para ti a mesma coisa;
Pois possuíste os meus rins;
Cobriste-me no ventre de minha mãe.
Eu te louvarei, porque de um modo assombroso,
E tão maravilhoso fui feito;
Maravilhosas são as tuas obras,
E a minha alma o sabe muito bem.
Os meus ossos não te foram encobertos,
Quando no oculto fui feito,
E entretecido nas profundezas da terra.
Os teus olhos viram o meu corpo ainda informe;
E no teu livro todas estas coisas foram escritas;
As quais em continuação foram formadas,
Quando nem ainda uma delas havia.
E quão preciosos me são, ó Deus, os teus pensamentos!
Quão grandes são as somas deles!    
Se as contasse, seriam em maior número do que a areia;
Quando acordo ainda estou contigo.
Ó Deus, tu matarás decerto o ímpio;
Apartai-vos portanto de mim, homens de sangue.
Pois falam malvadamente contra ti;
E os teus inimigos tomam o teu nome em vão.
Não odeio eu, ó Senhor, aqueles que te odeiam,
E não me aflijo por causa dos que se levantam contra ti?
Odeio-os com ódio perfeito; tenho-os por inimigos.
Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração;
Prova-me, e conhece os meus pensamentos.
E vê se há em mim algum caminho mau,
E guia-me pelo caminho eterno.”

Salmo 139.

quinta-feira, 4 de junho de 2020


CURA ESPIRITUAL:

Quando não encontramos cura na igreja.


Vimos no texto anterior que sempre que estivermos com problemas e situações que sejam difíceis de resolver, precisamos buscar ajuda na igreja. Que além de ser um ato de fé, pois sabemos que Deus instituiu a igreja para sermos um só corpo em Cristo, é um ato de reconhecimento da autoridade da igreja e de seus líderes.
Contudo, a busca por ajuda pode ser marcada por muitas frustrações. Reconhecer que precisamos comunicar as nossas necessidades já não é uma tarefa tão fácil de se realizar, requer humildade. E muitas vezes torna-se uma tentativa ‘inútil’, buscarmos auxílio e não o encontramos. Isso tem acontecido todos os dias, com muitas pessoas. Infelizmente nem sempre as igrejas estão preparadas para lidar famílias e pessoas problemáticas. É extremamente frustrante buscar ajuda e não encontrar.
É frustrante porque nos expomos e compartilhamos as nossas dores e necessidades. Confiamos um pouco de nós aos cuidados de outras pessoas e nos sentimos roubados. Expomos a ferida, mas não há tentativa de tratamento. Isso gera, inevitavelmente, arrependimento. Para buscarmos esse auxílio houve uma ação do Espírito Santo em nossas vidas, que nos despertou para o entendimento de que somos uma família e precisamos estar unidos. Então abrimos os nossos corações e mesmo assim não há resposta. Ficamos totalmente desnorteados porque não houve prosseguimento na cura.
Mas Deus age em meio a qualquer situação. A cura virá, Deus continuará trabalhando nas nossas vidas e nas nossas famílias, Ele não negará o socorro. Principalmente porque a igreja é um canal pelo qual Deus age. Mas se não houver possibilidade de ação através dela, mesmo assim Ele irá agir.
Não adianta procurar o desmérito da situação. Líderes despreparados, irmãos alienados e envolvidos apenas em seu próprio círculo de amizades. Ou talvez, pessoas que tem seus próprios problemas e por não conseguirem lidar com eles, não imaginam como conseguirão ajudar outras pessoas. As razões podem ser inimagináveis, mas existem sim, e não são desculpas. Precisamos ser igreja, mas nem sempre sabemos ser. Precisamos estar em unidade, mas nem sempre conseguimos. Precisamos ser fortes suficientes para estender as mãos aos que estão mais fracos, mas às vezes nos sentimos mais fracos que os outros ao nosso redor.
O importante diante dessa realidade que temos que enfrentar, de buscar ajuda e não encontrar, é não desviarmos o olhar daquele que é capaz de resolver qualquer tipo de conflito. Vemos em II Coríntios 6:2 “Porque diz: Ouvi-te em tempo aceitável e socorri-te no dia da salvação: eis aqui agora o tempo aceitável, eis aqui agora o dia da salvação”. Deus vem em nosso auxílio no momento certo e com socorro oportuno. Não podemos nos desesperar diante de qualquer situação que seja. A cura virá para as nossas vidas e para as nossas famílias, porque temos uma aliança com o Altíssimo e Ele nos sustenta debaixo das suas asas. “Ele te cobrirá com as suas penas, e debaixo das suas asas estarás seguro: a sua verdade é escudo e broquel” Salmo 91:4.
A igreja, os pastores e líderes têm uma função muito importante no nosso crescimento espiritual e amadurecimento. Estejamos sujeitos às autoridades estabelecidas por Deus numa atitude de submissão e obediência. E se por qualquer razão que seja, não encontrarmos neles o suporte que precisarmos, não desfaleçamos de modo algum. Pois a nossa esperança deve estar no nosso Deus, que nos salvou e santificou para uma vida abundante e cheia de bênçãos espirituais. Que o mundo saiba que somos igreja!

sábado, 2 de maio de 2020


            

              CURA ESPIRITUAL:

Quando buscamos cura na igreja.


Há quem diga que a igreja é um hospital, onde as pessoas procuram tratamento para as enfermidades espirituais. Cura para os vícios, alívio de dores, restauração de casamentos e de famílias desestruturadas.
Jesus disse em Marcos 2-17: “Os sãos não necessitam de médico, mas, sim, os que estão doentes; eu não vim chamar justos, mas sim os pecadores”. Isso nos dá esperança de encontrar em Deus a cura que precisamos e que muitas vezes procuramos na igreja. Sabemos que Deus não está preso às quatro paredes do templo, mas a igreja unida e que é ligada ao corpo de Cristo trabalha para suprir as necessidades dos mais fracos. Fazemos bem de buscar ajuda nos irmãos, nos líderes que Deus instituiu para cuidar do rebanho. Fazemos bem de pedir para sermos pastoreados, isso é uma atitude de fé e reconhecimento da importância da igreja e das autoridades estabelecidas por Deus nela.
A palavra de Deus nos fala sobre a autoridade da igreja no reino espiritual: “... as portas do inferno não prevalecerão contra ela” Mateus 16:18b. Nenhuma outra instituição tem competência para travar batalhas espirituais além da igreja. Quando ela se levanta em unidade diante de qualquer problema que seja, a vitória é decretada. Se clamarmos, como igreja, a Deus, sabemos que ele atende e vem com socorro e providência. Por isso buscamos ajuda na igreja, porque ela é o exército de Deus aqui na terra. Ter receio de procurar ajuda é um ato de fraqueza e arrogância. É um sentimento de orgulho e talvez até mesmo de prepotência que nos impede de reconhecer que precisamos de socorro. Estamos todos ligados, como um corpo, membro a membro unido que precisa caminhar na mesma direção e com os mesmos propósitos.
  Não podemos nos envergonhar de expor os nossos problemas, de expressar as nossas fraquezas. Temos que reconhecer que enfrentamos dificuldades e que existem pessoas que podem nos ajudar. “Comunicai com os santos nas suas necessidades, segui a hospitalidade” Romanos 12:13. Se tentarmos seguir sozinhos nesta caminhada, possivelmente vamos definhar pelo caminho. Deus não nos chamou e nos resgatou do pecado para vivermos em uma atitude autossuficiente. Ele nos transformou para que fôssemos instrumentos de transformação na vida de outras pessoas.
A vida cristã não pode ser solitária. Sempre que estivermos necessitados, ou atribulados, que encontremos na igreja o apoio e o socorro em tempo oportuno. Que Deus nos dê humildade em meio à crise para que os que estejam mais fortes que nós, possam vir nos ajudar a carregar o nosso fardo. Em Gálatas 6:2 vemos que não devemos seguir sozinhos: ”Levai as cargas uns dos outros, e assim cumprireis a lei de Cristo”. Cumprir a lei de Cristo é o mesmo que obedecer aos seus mandamentos.
Não deixemos que as aflições nos sufoquem e abalem nossa fé. Vamos buscar ajuda, comunicar com os santos as nossas tribulações. E que Deus nos capacite a crescer unidos, ajudando-nos uns aos outros, fortalecendo-nos uns aos outros para que o reino de Deus seja visto através de nós. Que o mundo saiba que somos igreja.

terça-feira, 24 de março de 2020


O que Deus espera de nós?


“...Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele, e faremos nele morada” João 14:23.


Quando estudamos as diferentes crenças e religiões, descobrimos uma infinidade de deuses que surgiram do anseio e da expectativa dos próprios seguidores. A partir do imaginário humano muitas ‘divindades superiores’ com incontáveis atributos são criados. Há os ´guardiões´ dos rios, das matas, etc. Alguns são ´imponentes´, outros nem tanto, mas a verdade é que espera-se que preencham uma lacuna que só pode ser preenchida pelo Deus vivo que é o Deus verdadeiro.
            E Deus, o único Deus, possui três atributos que nenhum outro possui: onipresença, onipotência e onisciência. Mesmo tendo uma dimensão inimaginável e poder infinito, conhece cada criatura que criou e se importa com todos aqueles que são ou que Ele gostaria que se tornassem seus filhos, isso engloba toda a raça humana. Sendo tão grande, mas não distante ou inalcançável, esse mesmo Deus nos convida dia após dia a um relacionamento pessoal, afetivo. Um Deus que fez o sacrifício de enviar seu único filho para cumprir uma missão aqui na terra, como homem, sofrendo perseguições e sendo levado à morte depois de diversas ofensas, humilhações e castigos. Veio para atrair todos à uma vida resgatada do pecado. E cumpriu sua missão, não tendo poupado a própria vida, pois sabia de seu propósito.
            E o que Deus espera dos seus? Que o amem acima de todas as coisas. Simplesmente isso, que o amem.
            Espera que esse amor seja intenso o suficiente. Intenso é algo forte, que se mantém com vigor. Que ultrapassa medidas, maior do que deveria ser. É o que vemos em Apocalipse 2:4 “Tenho, porém, contra ti que deixaste o teu primeiro amor”. Aqui o amor são as primeiras obras, que deixaram de ser praticadas. Quando amamos de forma intensa, nossas atitudes provam a existência de tão grande amor. Demonstramos arduamente através de atitudes de alguém que tem zelo pelas coisas de Deus. E Ele nos convida ao arrependimento. “Lembra-te, pois, de onde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras...” (Apocalipse 2:5). Não é possível amar sem demonstrar, sempre que vemos exortações sobre o amor, estão vinculadas às obras. O amor é gerado dentro dos corações dos homens e se manifesta através das atitudes. Sendo assim, o que sentirmos e o que fizermos deve ter a mesma proporção para que seja real. 
                Espera que esse amor seja puro. A pureza no ouro, por exemplo, é medida de acordo com a quantidade ou ausência de outros metais em sua composição. Deus quer que não haja espaço em nossas vidas a nenhum outro deus, ou algo que tome o lugar de Deus, como observamos em Êxodo 20:3 “Não terás outros deuses diante de mim”. Nossos corações devem ser exclusivamente do Deus verdadeiro, sem concessões. Não podemos ficar divididos entre Deus e coisas levianas, inclinações da carne, amor ao dinheiro, satisfação exacerbada do próprio ego, cuidados excessivos com a vida passageira. Deus deve ser o centro das nossas vidas para que esse amor seja puro.
            Espera que esse amor gere amadurecimento. Precisamos crescer espiritualmente ao ponto de nos tornar maduros. Em I Coríntios 13, vemos a descrição do amor de alguém que teme a Deus e quais devem ser as suas obras, e no versículo 11 diz assim: “Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino”. Depois de descrever a importância do amor nas obras do cristão, o texto fala sobre a maturidade, algo inevitável e que se atinge em consequência do tempo. Se houver amor de fato, a maturidade será gerada naturalmente.
            Não podemos nos descuidar destes três fatores, a intensidade, a pureza desse amor e seu gradual amadurecimento. A constância das nossas obras, a vigilância nas atitudes, devem ser imprescindivelmente observadas e mantidas para que o Espírito Santo encontre espaço suficiente nas nossas vidas para nos fazer experimentar esse tão grande amor de Deus por nós.  
           

terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Receber ou acolher?


“Disse-lhe pois a mulher samaritana: Como, sendo tu judeu, me pedes de beber a mim, que sou mulher samaritana? (porque os judeus não se comunicam com os samaritanos).” João 4:9

            A diversidade de opiniões, de estilo de vida, de escolha sexual, de comportamento, tem se tornado cada vez mais extensa, nesses dias. Isso faz com que o mundo pareça ainda mais diferente da igreja do que nunca. Mas a questão que não podemos deixar de analisar é, se a igreja está preparada para receber dentro de suas quatro paredes, pessoas tão diferentes de nós. Será que elas se sentem acolhidas, bem-vindas e até mesmo amadas quando decidem fazer uma visita e conhecer alguma igreja?
            Já ouvi relatos de pessoas que dizem ter se sentido julgadas ao visitarem uma igreja. Se pensarmos bem, não é preciso olhar de forma estranha para uma pessoa que tenha tatuagens, ou peircing, ou use roupas decotadas. Basta não olhar para ela, ou falar apenas por educação enquanto todos estiverem se cumprimentando e sendo gentis uns com os outros. E falando a verdade, qualquer pessoa se sente assim em um ambiente em que todos estão entrosados e ela é apenas um estranho no ninho. Saber acolher não é não julgar ou não expor as pessoas a constrangimento. Saber acolher é abraçar e demonstrar interesse pelo outro. É fazer mais que um contato amigável, é demonstrar que existe um espaço para ela naquele lugar e deixa-la à vontade para que volte quando desejar.
            Saber acolher não tem a ver com o que não fazemos, mas com o que deixamos de fazer. Não adianta não olhar para que a pessoa não se sinta observada, se trata de olhar nos olhos. Não se trata apenas de ser gentil e cumprimentar, dizendo algumas palavras saudosas, mas de falar a verdade sobre ela ser realmente importante naquele lugar. A verdade é que podemos até não fazer por mal, mas fazemos. Muitas vezes vamos à igreja por hábito, estamos acostumados a frequentar. Observamos se o louvor está bom, se a palavra foi legal, quais os irmãos que faltaram. Mas deixamos de perceber aquelas pessoas que colocaram suas expectativas ao procurar uma igreja. Não observamos aqueles que chegaram, com muita dificuldade, até aquele lugar em busca de uma resposta. Diante de um mundo tão caótico, muitos procuram numa simples visita, algo que possa preencher um vazio em suas vidas. Mas se deparam com uma barreira social que diz que elas não são santas o suficiente para estarem ali, mesmo que essa barreira exista apenas em suas mentes.
            Por isso o Senhor nos chamou quando nos incumbiu da missão de pregar o evangelho, para quebrarmos paradigmas. O mundo acha que nós crentes, somos arrogantes e nos consideramos superiores aos outros. Precisamos mostrar o que sentimos e quanto estamos dispostos a olhar para os outros com amor. Precisamos estar prontos para ouvir os pedidos mudos de socorro daqueles que se sentem constrangidos para externá-los. Precisamos parar de ver a igreja como nossa segunda casa onde vamos para nos sentir bem ou para rever os amigos. Quando adentrarmos as portas da casa do Senhor, nos lembremos daqueles que a procuram como um refúgio de suas próprias dores. Estejamos prontos para ajudar, sempre atentos aos que chegam, depois de lutar contra seus próprios medos e receios de serem confrontados por seus próprios pecados.

            Esse foi um dos textos mais difíceis que escrevi. Mais complicado no processo de tentar expressar todos os sentimentos e transformá-los em palavras. Sinto pesar e tristeza por todas as pessoas que frustradas não retornam para o meio cristão por acreditarem que não são aceitas. Cada vez que um pecador se dirige à igreja, ele travou uma batalha contra sua própria carne, contra demônios, contra as palavras de familiares e amigos e contra seus próprios medos. Talvez esta seja uma oportunidade única para o resgate de uma alma. E quanto vale uma alma para você?